sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Os funcionários da Empresa TRATA OS NETOS!

Quando me reformei e ingressei nesta "empresa", já lá se encontrava a minha companheira, que se havia aposentado precisamente para apoiar a família, se por um lado crescia, por outro estava a ameaçar ruína, com a partida dos mais velhos. Fizemos muitos projectos, "agora é que vamos ter tempo para nós", blá blá blá...
Mentira, já me reformei à oito anos, e vivemos para a empresa.
Bem mas ao lembrar-me de focar este tema, não foi para fazer qualquer tipo de lamentação, antes pelo contrário, para nós é um prazer.
Numa das minhas atribuições, de motorista mais exactamente, tenho as minhas horas de seca, porque temos que chegar um bocado antes para ter lugar no estacionamento das Escolas, ou nas áreas circundantes.
Como tenho tempo, vou fazendo as minhas observações, tem dias e horas, especialmente de tarde quando está o sol a bater nos pára-brisas dos carros, é ver os avós de boca aberta a dormir, mais parece aqueles centros de dia pejados de velhos na hora da sesta. Eu falo de catedra, porque também lá estou, e, faço a minha perninha.
Outro lugar que deixei de frequentar, foi a esplanada dos restaurantes do Shopping Cascais, assim que me apercebi da função de lar de Terceira Idade que aquilo tem. Quando por opção preferia ficar à espera da minha mulher em vez de andar às compras com ela. Há pessoas que o seu entretenimento é estar ali, a ver passar gente, e conversar. Há clientes certos, é um autentico centro de dia, havia uns que até levavam a comidinha de casa.
Quando me apercebi, disse;- basta!
Ainda estou muito novo para estar no asilo.
Não falo disto com um sorriso nos lábios, não! Tenho pena por ver que estas pessoas, não têm meios para terem uma outra qualquer alternativa, de diversão, e para não viverem uma aposentadoria solitária, vão para ali para se sentirem acompanhados.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Cada um tem o que merece.

Não sou bruxo, não tenho muita paciência para estar a perder tempo com politiquice, mas ouço, leio e vejo tudo aquilo que me possa interessar futuramente.
Já lá vão uns tempos, os dias passam tão depressa que não sei precisar se foi há um mês, mês e meio, realmente não me lembro.  Mas a propósito de um post do meu amigo Pedro Macieira, no seu blog Rio das Maçãs, eu meio desiludido com a nossa maneira de ser, se não me engano eu comentava sobre aqueles cidadãos que se propunham assentar arraiais junto da Assembleia da República.
Nesse comentário eu criticava, o modo como reagimos a tanta vigarice, como somos tão brandos com tanto roubo, como "não" reagimos, e, aceitamos pacificamente que quase nos deitem as calças abaixo, e por aqui me sirvo!...
Nessa altura eu establecia paralelo com a situação grega, afirmando quase com toda a certeza que a Grécia não ía suportar os sacrifícios que estão a preparar para todos nós!
Reagiram, foram tesos, espertos, e, para já 50%. da dívida já está perdoada, fora tudo aquilo que daqui para a frente se verá.
Na Revista STERN, um alemão que farto de pagar, escreveu uma carta aberta, e dizia que primeiro pagara para salvar os bancos, agora tinha que ir salvar os gregos, grevistas e mal comportados, que por isso deveriam ser banidos da Comunidade Europeia, blá, blá, blá.
Então um grego, Georgios Psomás, deu-lhe uma resposta pela mesma via.
Apresentando-se e dizendo que era funcionário público e não empregado público como eles depreciativamente os apelidavam, e ganhava 1000€ por mês e não por dia, dizendo então:

-"Desde 1981, tens razão, estamos na mesma família. Só que nós vos concedemos, em exclusividade, um montão de privilégios, como serem os principais fornecedores do povo grego de tecnologia, armas, infraestruturas (duas autoestradas e dois aeroportos internacionais), telecomunicações, produtos de consumo, automóveis, etc.. Se me esqueço de alguma coisa, desculpa. Chamo-te a atenção para o facto de sermos, dentro da U.E., os maiores importadores de produtos de consumo que são fabricados nas fábricas alemãs.
A verdade é que não responsabilizamos apenas os nossos políticos pelo desastre da Grécia. Para ele contribuíram muito algumas grandes empresas alemãs, as que pagaram enormes “comissões” aos nossos políticos para terem contratos, para nos venderem de tudo, e uns quantos submarinos fora de uso, que postos no mar, continuam tombados de costas para o ar".

Ao ler isto, fica-se com uma enorme sensação de que também já vi isto em algum lado!...
Os submarinos, os carros de origem alemã, velhos e novos, a entrar com toda a força pela porta dentro.
Quem os tem não tem mau gosto...
Só que meus amigos, o governo ainda tremeu um bocadinho com esta do actual lider do PS, querer contrariar esta lei, de nos tirarem os dois subsídios, salvando pelo menos um. Mas, vieram logo passados uns dias e assente a poeira, os "salvadores da pátria", tudo voltou ao início.  Já ninguém fala em safar o que quer que seja.



Outra nome que me ressaltou do que li no Post, a determinada altura está escrita a palavra:
- Mercozy! A propósito de quem dita as leis na Europa.
Genial.
Esta ilustração acima, também me chegou via net enviada por um amigo, como acho que tem todo o cabimento, aqui vai ela com a devida vénia ao seu autor, pela pertinência, sentido de humor, e da realidade dos factos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Hoje não há transportes públicos.

Hoje o povo em geral foi confrontado com uma greve dos transportes públicos.
É um problema, para quem está dependente dos mesmos.
Uns gritam, AJUDA, outros queixam-se, isto é um CALVÁRIO, valha-me o altíssimo, e o seu CORPO SANTO, outros apelam a Jesus de BELÉM, e ao Santíssimo SACRAMENTO.
Estão longe os dias de PRAZERES para este país, que é um CAMPO DOS MARTÍRES DA PÁTRIA, as pessoas que queriam ir para BEN-FICA, ficam bem, mas, sentadas nos bancos das paragens a ver passar as horas sem transporte.
A greve é um direito!


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

MAX o SHOW MAN - português!

Por causa de um post sobre o mar, publicado no blogue da minha amiga Graça Sampaio, onde figurava um video do You tube, do Charles Trénet, com a canção La Mer. Fiz pesquisa sobre o Trénet, e sobre a sua vida que não foi nada fácil no principio.
Já fora do computador lembrei-me que fui muito chegado em determinada fase da minha vida a um verdadeiro Show Man, só que Portugal é Portugal, e está tudo dito, Trénet foi conhecido mundialmente, também tinha categoria para isso, estudou muito para atingir esse patamar.
O Senhor Maximiano Sousa mais conhecido por MAX, também ele foi um criador de música e de personagens, que ao longo do seu show ele dava corpo e alma no palco, autodidata, criativo, e de uma sensibilidade artistica pouco comum.
Teve um contrato por cinco anos nos Estados Unidos, mas ao fim de dois anos estava de regresso, a sua biografia diz que foi por motivo de doença.
Foi parte integrante de muitas revistas e teatros, representava bem, trabalhou com Humberto Madeira, Solnado, e Eugénio Salvador, entre outros.
Musicalmente falando, foi baterista e vocalista do conjunto Madeirense de Tony Amaral, que deu brado na Madeira, e que foi contratado para Lisboa em 1946, mas Max, em 1948 sai e inicia a sua carreira a solo.
A sua discografia - incompleta.

Noites da Madeira/Bailinho da Madeira (78, VC, 1949)
Bailinho da Madeira/Noites da Madeira (Single, Decca/VC, 1956)
A Mula da Cooperativa / A Coisa / O Magala / O Homem do Trombone (Columbia)
Porto Santo
Sinal da Cruz
Pomba Branca, Pomba Branca/Quando a Dor Bateu à Porta (Single, Decca/VC, 1974)
As Bordadeiras
Casei com uma Velha
Júlia Florista
Maria Rapaz
Maria tu tens a mania
Mas sou fadista
Mula da Cooperativa
Nem às paredes confesso
Noite
O Magala
Porto Santo
Rosinha dos Limões
Saudades da Ilha
Sinal da Cruz
Vielas de Alfama

Estive várias vezes na sua casa em Mem Martins, quando o seu filho, e, meu saudoso amigo Henrique fazia parte dos DIAMANTES NEGROS, era uma pessoa que estava sempre pronta para ajudar os outros, e muitas vezes era ele que precisava de uma ajudinha.

Por este video quem não o conheceu pode ver, a sensibilidade musical deste homem que não teve paciência para aprender  solfejo, mas que tinha sensibilidade para interpretar os mais diversos instrumentos, com a voz, fazendo-se acompanhar aqui pelo conjunto de Jorge Machado, não alterando nada à harmonia da música, ou seja, faz as passagens dos tons que a mesma tem, sem qualquer indecisão ou erro.
A música de que mais gosto do MAX é, "NOITES da MADEIRA".